quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Poesia para João Cândido

Inenarrável é a dor de uma chibatada,
inimaginável que se possa resistir a 15, 20, 30 delas.
À dor física, profunda,
junta-se a dor moral da humilhação e impotência.
Homens livres, marinheiros,
que trazem nossos navios de guerra
por mares e oceanos distantes,
merecem louvores, não chibatadas.
João Cândido, obrigado! Obrigado!
A tua Revolta da Chibata,
transformou-se na revolta de
todos os teus companheiros.
A coragem, e a destreza
no comando de naves imensas,
Aliaram-se à coragem para dizer:
Basta!!!!
Basta de violências! Basta de humilhações!
Basta de chibatadas!
Que fique suspensa, para sempre,
a mão que ouse levantar-se contra um marujo!
Que nenhum deles leve mais consigo
as chagas vivas no corpo e
na alma!
Novembro de 1910,
Basta! Basta!
Obrigado João Cândido!
Salve Almirante Negro!


Edialeda Salgado do Nascimento

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1910.

Dia Nacional da Consciência Negra
Inauguração da estátua de João Cândido
na Praça XV de Novembro, antigo Porto do Rio

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